Não é a primeira vez que a Câmara Municipal interfere no sentido de ajudar a Santa Casa de Lins. Quem faz questão de frisar essa situação é o presidente do Poder Legislativo local, vereador Edgar de Souza (PSB).
Segundo ele, muito antes do auxílio financeiro (de R$ 50 mil) que será repassado em setembro ao hospital, a Câmara já havia intercedido em várias oportunidades. “Os vereadores sempre estiveram atentos às questões envolvendo a saúde pública como um todo.
E com relação à nossa Santa Casa não poderia ser diferente, pois trata-se do hospital dos pobres. É o lugar onde a maioria da população encontra atendimento nos momentos de enfermidade”, disse.
O líder legislativo lembra que, desde 2005, vem cobrando uma administração mais profissional e transparente por parte dos gestores da unidade. Nesse sentido, aliás, os arquivos do Jornal Correio de Lins comprovam que foi o próprio vereador Edgar de Souza quem sugeriu (edição de 5/5/2006), pela primeira vez e durante sessão na Câmara, uma intervenção municipal no hospital. Coincidentemente ou não, naquele mesmo ano o prefeito Waldemar Sândoli Casadei determinava que a Prefeitura assumisse a Santa Casa.
“Sempre cobramos a prestação de contas, a reforma do estatuto e outras providências. Afinal de contas o hospital sempre recebeu verbas públicas e privadas, e numa proporção bem maior seus administradores sempre se queixaram da situação financeira”, ponderou o parlamentar, que cita alguns dos vários aportes feitos em prol da instituição.
De acordo com Edgar, somente nos últimos anos o hospital recebeu: no ano de 2007 foram R$ 150 mil (conquistados pelo deputado Pedro Tobias), R$ 300 mil para reforma e modernização (investimento da Prefeitura de Lins), R$ 240 mil do Grupo Bertin (instalação da unidade de oncologia), mais R$ 1 milhão do Grupo Bertin em 2007 (fruto do “acordo do Balneário”), R$ 330 mil através de Pedro Tobias (compra de mamógrafo e aparelho de ultra-som), R$ 200 mil do Governo Federal para aplicação na UTI (através do deputado José Aníbal), mais R$ 150 mil do Governo do Estado (emenda de Pedro Tobias) e R$ 120 mil da Prefeitura Municipal (para medicamentos e material hospitalar); durante 2008 chegaram R$ 150 mil (Pedro Tobias) e mais R$ 150 mil (através de Vinícius Camarinha); em 2009 foram R$ 4,3 mil do jogo beneficente Linense Másters x Corinthians Masters , R$ 150 mil da Câmara de Vereadores (renúncia orçamentária) e R$ 200 mil da Prefeitura; este ano foram anunciados R$ 150 mil (Vinícius Camarinha) e R$ 160 mil (Pedro Tobias).
Tudo isso sem contar os repasses mensais da Prefeitura de Lins (que atualmente estão na casa dos R$ 350 mil) e as incontáveis doações de empresas, entidades, clubes de serviço e pessoas físicas. E não considerando também os repasses do SUS, Iamspe, etc.
“Mesmo assim, durante esse período tivemos o fechamento do 4º andar, perdemos o serviço de hemodiálise, estamos sem centro cirúrgico, ouvimos constantes reclamações de atraso na folha de pagamento (principalmente honorários médicos, frisa) e ainda acompanhamos os gestores anunciarem uma dívida de R$ 17 milhões”, comentou o presidente do Legislativo.
Edgar de Souza concluiu lembrando que, além da luta por recursos, os vereadores sempre buscaram alternativas que possibilitassem uma solução definitiva para a situação da Santa Casa de Lins, como por exemplo a negociação com Frei Francisco e mais recentemente um diálogo com o Grupo Hospitalar São Camilo, que também tem experiência no setor.