Foi realizada na noite desta sexta-feira, 10, na Câmara Municipal de Lins, a 6ª sessão solene de 2016, que celebrou os 100 anos da Imigração Japonesa no Município.
A sessão foi convocada pelo vereador Aparecido Correia da Silva, que foi também orador da solenidade.
Em seu discurso, o vereador enalteceu a vinda dos imigrantes japoneses ao Brasil.
A economia brasileira dos séculos XVI e XVII caracterizava-se pelo cultivo da cana de açúcar, cujo trabalho era feito pelas mãos dos escravos trazidos da áfrica. Na metade do século XVIII a cana de açúcar dava lugar a cafeicultura, sendo o estado de São Paulo seu maior produtor. Após a abolição da escravatura o Brasil precisara substituir a mão de obra escrava para tocar a lavoura cafeeira e devido a isso incentivou a vinda de europeus, principalmente italianos. De 1888 até 1895 só no estado de São Paulo vieram 600 mil italianos, os quais não se adaptaram aos costumes e tratamentos recebidos, levando o governo italiano a cancelar a imigração. Tal fato somado a atenção social que o Japão (vivia devido ao alto índice de desemprego) motivou o governo brasileiro em 1895 a substituir a imigração européia, iniciando negociações com o governo japonês para incentivar a vinda de japoneses, o que culminou com a assinatura do tratado de amizade, que prezava o comércio e imigração entre os dois países, no qual se concretizou em 1908. Em decorrência do ato 165 famílias movidos pelo sonho de recomeçar em uma nova terra deixaram o porto de Kobe no dia 28 de abril de 1908, e desembarcou no porto de Santos. Com a inclusão da primeira guerra mundial todos os países fecharam as portas para o Japão. O Brasil era a única nação que recebia os imigrantes da terra do sol nascente. Todos tinham a obrigação de cumprir um ano de contrato de trabalho, nas fazendas de lavoura de café.
A construção da ferrovia Noroeste do Brasil foi determinante para o sucesso da cultura cafeeira e para a chegada de imigrantes à Lins, pois a medida que a ferrovia avançava ao redor eram fundados os povoados, e com isso os japoneses iniciaram a implementação de núcleos de colonização.
“Ao longo destes 100 anos constituíram famílias, colaboraram de forma marcante para o desenvolvimento de nossa cidade e cultivam até os dias de hoje as milenares tradições da terra do sol nascente, deixando-nos um legado de honestidade, disciplina, paciência e perseverança. Com muita determinação, luta e suor os imigrantes japoneses construíram seu patrimônio, cresceram dentro da sociedade e hoje seus descendentes tem participação expressiva em vários campos da vida nacional”, disse o vereador.
Durante a solenidade foi entregue ao homenageado da noite, Presidente da ABCEL, Akio Matsuura, a placa em homenagem aos 100 anos da imigração japonesa de Lins, e alguns mimos.
Todos os vereadores e o vice-prefeito foram presenteados com uma réplica em pintura do mosaico referente ao centenário da imigração japonesa no município.
Fazendo uso da palavra o prefeito Rogério Barros em seu discurso enalteceu a garra e a determinação dos imigrantes japoneses. “Saíram do sal país sem saber o que iam encontrar aqui, mas vieram e mudaram aonde chegaram”, disse o prefeito.
O Presidente da ABCEL, Akio Mastuura, agradeceu as homenagens em nome de toda comunidade japonesa. Destacou também a acolhida de Lins ao povo japonês ainda na época do começo da imigração em Lins. “Eu me lembro do meu pai contando as histórias, e ele sempre falava que foi difícil, mas que existiam pessoas para ajudar”, relembrou.
Disse também que nesses 100 anos da imigração houve uma completa integração na sociedade e na comunidade japonesa e Linense. “Hoje nossa cidade é conhecida por ter a alma japonesa”, finalizou.
Estiveram presentes na solenidade o arquiteto Ken Mabe, o artista plástico Dan Mabe, o Tenente Coronel Comandante do 37º Batalhão de Infantaria Leve de Lins, Eraldo Francisco Ferreira Junior, a Tenente Coronel Comandante do 44º DPMI Daniela Michellão Penasso Cella e Santos, o ex vereador de Lins Ricardo Minoru Kondo, entre outras autoridades locais.









